quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Monocromática

O caminho rotineiro de volta para casa, com o mesmo clima sem cor e sem expressão que infesta a cidade que parou no tempo.
Todos os dias por aqui são como ontem, e tal como sempre estou voltando para casa pela rua fantasma, uma rua populada, porém, abandonada. Os moradores daqui se internam em seus lares buscando a individualidade e emoção proporcionada por suas parabólicas.
Sigo, espio por cima do ombro e mais uma vez confirmo a presença dela, como sempre vindo lentamente em minha direção, vindo pelas sombras, as sombras que caminho com frequência. As vezes sinto sua frieza mais próxima do que de costume. Me alegro com a possibilidade do novo. Quem sabe o que virá depois?
Paro, penso - Vale a pena estar aqui.
Olho para frente e lá esta você colorindo a cidade cinza, apenas um ponto multicor muitos metros a minha frente nesta rua vazia.
Penso - Por algo vale a pena.
Mas talvez não seja a melhor opção.
Por favor aproveite, mantenha distancia será melhor assim.
- Ou não?
Por favor aproveite, corra agora.
Por favor corra, mas não se distancie para onde eu não possa alcançar.

3 comentários:

- disse...

-
quem será ela no anonimato do teu conto e na sombra das arvores?
será o motivo de inspiração que te trouxe aqui, o aquele que guia teus pés na rua?
não sei seu nome,
e nao importa...
nada importa além das cores em uma cidade/vida monocromática.

Eu mesmo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Renan Neves disse...

ela colore a distante aurora no orizonte. Tão longe. Quase não se ve. Tão longe.
Mas ela colore a aurora.
Então esta lá.
Tão Longe.
Mas esta lá.